Terapia da Fala
A Terapia da Fala, consiste no desenvolvimento de atividades no âmbito da prevenção, avaliação e tratamento das perturbações da comunicação humana, englobando não só todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem oral e escrita, mas também outras formas de comunicação não-verbal. A Terapia da Fala, segundo o Decreto-Lei 261/93, de 24 de Julho, consiste no desenvolvimento de atividades no âmbito da prevenção, avaliação e tratamento das perturbações da comunicação humana, englobando não só todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem verbal oral e escrita, mas também outras formas de comunicação não-verbal.
O Terapeuta da Fala é o profissional responsável por todas estas especificidades da comunicação humana, atuando em perturbações relacionadas com a fala e linguagem, bem como em alterações do foro auditivo, cognitivo, vocal e das funções estomatognáticas (sucção, respiração, mastigação, deglutição).
Áreas de intervenção do Terapeuta da Fala:
– Acompanhamento de crianças, jovens e adultos com dificuldades essencialmente ao nível da comunicação e da motricidade oro facial.
– Diagnósticos Terapêuticos
– Perturbação Articulatória: Criança com dificuldades na articulação de um ou vários fonemas, devido a alterações na estrutura e musculatura oro facial e/ou no desenvolvimento fonológico.
– Atraso no Desenvolvimento da Linguagem: Crianças que manifestam uma linguagem semelhante a idades cronológicas inferiores (dificuldade em adquirir capacidades linguísticas adequadas à sua idade).
– Perturbação Específica da Linguagem: Crianças que utilizam as suas próprias regras e, consequentemente, deixam de ser compreendidas pelos que a rodeiam. Trata-se de um desvio na aquisição das caraterísticas relativas à faixa etária correspondente, no entanto ocorre, normalmente, apenas nalgumas áreas da linguagem.
– Perturbação da Comunicação: Crianças, jovens e adultos que apresentam dificuldade em transmitir mensagens através da fala, bem como em compreender os interlocutores, tornando-se necessário recorrer a outras formas de comunicação para manterem uma interação comunicativa.
– Dificuldades de Aprendizagem: Crianças, em idade escolar, que manifestam dificuldades ao nível da leitura e da escrita.
– Gaguez: Caracteriza-se por alterações no ritmo, na velocidade e na entoação da fala, originando bloqueios, prolongamento de sons e repetição de sons, sílabas ou palavras.
– Afasia: Normalmente diagnosticada em adultos, caracterizando-se por dificuldades na expressão e/ou na compreensão da linguagem oral e/ou escrita, em consequência de acidentes vasculares ou outras lesões cerebrais.
– Disartria: Caracteriza-se por incapacidade em executar alguns movimentos necessários à fala. O adulto revela descoordenação entre a respiração e articulação, bem como, alterações na voz, na ressonância e na entoação.
– Apraxia: Caracteriza-se pela dificuldade na programação dos movimentos necessários à produção da fala voluntária e à execução de ordens motoras oro faciais.
– Disfonia: Caracteriza-se por alterações na qualidade vocal, fundamentalmente na frequência, intensidade e altura vocal. É mais incidente em adultos, no entanto, cada vez mais crianças apresentam dificuldades deste tipo. Pode conduzir à ausência de voz.
– Disfagia: Caracteriza-se por alterações na preparação, deglutição e condução do bolo alimentar, desde da boca até ao estômago, seja na fase oral, faríngea ou esofágica.
Principais causas das Perturbações da Comunicação, Linguagem e da Fala:
– Perdas auditivas
– Paralisia cerebral
– Autismo
– Perturbações Cognitivas e Neurológicas
– Lesões cerebrais (ex.: acidentes vasculares, traumatismos)
– Malformações dos órgãos da fala
– Mau uso e abuso vocal
O Terapeuta da Fala utiliza diversas estratégias, técnicas e métodos, consoante as dificuldades apresentadas pelo utente e respetivo diagnóstico terapêutico.
Sinais de Alerta (em crianças):
12-18 meses – A criança não utilizar palavras isoladas; não reagir, olhando ou sorrindo quando brincam com ela.
18-24 meses – A criança não compreender instruções simples; apresentar vocabulário reduzido a 4/6 palavras.
2-3 anos – A criança não combinar 2/3 palavras para formar frases.
4 anos – A criança utilizar um discurso que não é compreendido por todos; usar mais gestos do que palavras para dizer o que pretende.
5-6 anos – A criança utilizar frases mal estruturadas; ter um discurso sem conteúdo; não produzir os sons da fala corretamente; gaguejar.
Estratégias para os cuidadores:
Ajude o seu filho a descobrir o prazer da comunicação.
Fale sempre de forma correta.
Converse com o seu filho.
Cante-lhe canções.
Explique-lhe os ruídos que ele ouve na estrada, em casa, etc.
Dê nomes aos objetos que o rodeiam.
Explique-lhe o que está a fazer.
Explique-lhe as palavras que ele não entende.
Leia-lhe histórias com frequência e fale com ele sobre elas.
Use frases simples e explícitas.